terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não sei por onde seguir...



 Dias e dias... Olhar perdido.
Somente as trevas envolvem-me,
estreitando a visão de uma realidade melhor...
Fico aqui no limiar...
Entre a terra e o céu...
Tento encontrar um caminho,
um rumo certo a minha vida...
Temerosa, em cada passo, apalpo o chão,
sinto o fugir por baixo de meus pés
da minha imaginação já cansada...
Tento desistir...
Sem vontade de mais uma vez amar...
Sem vontade de mais uma vez sentir o pulsar forte
dentro de mim...
Sentimento este que só o amor causa...
Não queria que tudo tivesse sido assim,
mas não tem como ser de outra forma...
Nessa vida não foi permitido tu a mim...
Mesmo nesse amor sem fim...

O que passou não volta!
É como se te tivesse escrito,
como se nós tivesse escrito,
numa tela em branco,
da minha imaginação,
e fosse diariamente e como mais força,
apagando essas linhas dispersas,
difusas na minha turbulenta inconstância.
Na minha ambígua insegurança.
Até ao dia que apagarei totalmente,
de uma vez só.
E assim. Volto atrás.
A ti, meu amor. A mim.

Saudade



Tu que estás perdido,que já nem cá deves vir.
Um dia disseste-me
‘pessoas como nós não choram à frente das outras pessoas’.
Lembro-me sempre disso quando recordo os parte de nossas vidas
É como se tudo estivesse nas minhas mãos
e enquanto observo o meu redor,
este incapaz de compreender esse universo que conheces,
numa percentagem razoável. O meu.
E o sentir à volta do meu dedo.
E sim essa saudade também já se reformou dentro de mim.
Acredita. É sempre mais uma situação com a qual
temos que aprender a viver.
É só mais uma perdida num universo de saudade.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Se eu pudesse voltar no tempo?...


Como sempre. No fundo todo o nosso percurso tem um objetivo.

Tem um rumo. O mais correto, o mais nosso.
Normalmente personalidades avessas ao equilíbrio
encontram esta tarefa dificultada, mas não impossibilitada.
Sei que custará, e receio que não consiga.
Por eternidades ou por momentos.
Contudo sei que agora, agora que tudo mudou,
agora que me insiro numa nova vida...
Essa que tento ser, reencontrar-me, mas algo impede-me...
Talvez fantasmas de um passado atormenta-me...
Faz-me sentir sem saída...
Tento olhar para mim mesma
e ver quem eu sou, o que eu fez a você...
Quem eu sou na tua vida...
Sei que vou ter que resgatar momentos de uma vida,
da qual eu me culpo dia após dias. Eu errei.
Errei e vou ter de ser punida...
Perco-me nos meus próprios sentidos,
pensando no que fazer...
Sinto-me sem saída, sem rumo certo,
numa busca infinita...
Busca. Procura.
Paciências, tolerâncias,
aquelas que começam a esgotar-se.
Saturações. E a visão, o sentido,
como se fosse uma ilha completamente isolada no oceano,
onde eu distendesse as minhas pernas
e elevasse estrategicamente o meu pé direito.
Assente num sapato de salto alto...
Sem sentir firmeza a prosseguir essa minha nova caminhada...
Sei que vou ter de sofrer as consequências de meus atos.
Agora que prossigo no caminho do fim de um desejo impetuoso,
agora que me sinto rodeada, que preencho lacunas deixadas,
agora que as noites têm outra cor, que até os dias têm outra imagem,
mas antes de tudo agora que me coloco em vários círculos...
Meu eu acusa-me, condena-me, É preciso resgatar o que ficou.
Só assim sentirei livre, liberta dessas amarras que me prende.
Numa condenação eterna, num abismo obscuro de ideias e
desejos passados.

Agora sei que há mais. E muito mais em mim.
Mas o que fazer pra tudo voltar ao inicio e poder corrigir o que fez?
Noite e noites pensando, sofrendo nesses devaneios, quimeras.
Busca de ideias... Se eu pudesse voltar no tempo?...