Queria apenas viver, dia após dia, viver de sentir,
de se entregar, de pisar a minha terra revolvendo-me os sentidos
e apoderando-se da minha fragilidade mental.
não vê o tempo passar...
Não vê tudo sendo levado de dentro de nos...
Tudo mudando de lugar...
Desencontro, revoltas, duvidas.
Era como se um reino de encantar se equilibrasse
e construísse sobre pilares sarcásticos
e débeis acompanhados por uma voz desumana.
Era como se simplesmente carne e espírito
fossem automaticamente separados, indo de encontro
a um redemoinho, sendo dispersos no tempo...
Os nossos sonhos, totalmente roubado, violado.
Calma, harmonia, reorganização.
Re-posição, ajuste, a uma nova vida...
Olhava para te... Já não sabia o que eu via...
Naquele instante lentamente caminhava para mim,
debruçava-se sobre mim,
sorria-me como que troçava da minha ignorância.
Da minha falta de senso, da minha perda.
Onde tudo foi... Que foi feito de nossos sonhos...
Nossas vontades... Desejos ilimitados...
Continuação de momentos,
continuação de um emaranhado de raivas
e incompreensões, de injustiças diárias
com as quais tinha de lidar obrigatoriamente,
necessariamente, impotentemente.
Que me incendiaram a carne, a tolerância,
que desafiaram os limites.
Confronto. Tempo. Que me fugiu.
Que operou entusiasticamente uma derivada parcial no meu peito,
que me simultaneamente agrediu. Perda. De sentidos, de noções.
Olho para te e já não o reconheço mais, nem a mim mesma...
Estamos sendo sugados por esse sentimento de revolta, desilusão...
Saber esperar, saber ser dentro desse mundo já impregnado.
De um sensaboroso acordar.
Acordar para mais um círculo vicioso
de contar os dias e as horas para finalmente partir,
deslizar sobre o espaço que foi suspenso... Por mim... Por nos.
O que esta sendo feito do amor... Ele não morreu...
O sinto dentro de mim... O sinto dentro de te...
Mesmo nos piores momentos sinto seu amor por mim.