quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um mundo só meu



hoje senti uma brisa leve passando por mim,
utrapassando meu ser... minha  vida...
Uma brisa fria, numa manha gelada de inverno...
Me senti sendo levada, jogada de um lado para  outro...
como se fossemos incorporar-se uma na noutra...
e de um momento para outro fui apagando,
disolvendo sem saber em que rumo ir...
Não sinto mais os dias passar, as horas são infinita...
Queria encontrar meu caminho de volta.... queria-me
reencontrar dentro de uma realidade menos violenta....
Sinto me perdida... e nao sei o que fazer...
nem o que desejar mais... vivo a penas por viver...
somente sentindo os minutos passarem por mim....
Como se não fosse possível prosseguir,
andar, percorrer, preencher.
Como se todo o desequilíbrio contido
fosse apenas sufocado interiormente...
Como se a raiva tomasse forma 
e essa fosse a de um monstro, pertubador, 
como aquele que aparece nos sonhos, pesadelos...
Como se a cada dia que passasse, 
eu sentisse algo a crescer, dentro de mim, 
a condensar e a evaporar, dia após dia. Hora após hora. 
Como se cada dia fosse destinado a mais uma mudança de fase. 
Como se algo fizesse falta. 
Como se simplesmente nada interessasse, 
estimulasse o vulcão adormecido.
como se a chuva, o vento, as folhas, os assuntos temáticos, 
a mera companhia aos demais, não tivessem lugar. 
Como se se tivessem afundado num vazio cada vez mais profundo 
e afastando-se do porto onde o meu corpo repousa. 
Afagando a mente, sentindo a falta de todos, 
desenhados num círculo perfeito, 
que abrira  um poço em mim. 
Guiando a minha alma a trevas profunda, 
carecendo da presença de outros seres. 
Onde se poderia escutar ao fundo: 
Tudo está perfeito agora, onde se quer nem uma brisa,
um ruido ou som do mundo penetrasse...
onde não daríamos as mãos, 
sentindo histericamente na melodia, tal qual nos conhecem, 
circunscrevendo um círculo imperfeito. 
Aquele que se quebrou face à irreversibilidade da vida. 
Da nossa vida.
É como se mesmo aquela minha luta, 
assente num fundamentado ideal, me concedesse tudo 
e me fizesse encarar o exterior como dispensável. 
Edificando a certeza da força apaixonada 
em tudo o que me envolve e constitui.
É como se simplesmente confirmasse que o todo está em mim.
Para sempre dentro de mim.
E nesse encanto encontrei o bloqueio parado,
o fosso cismado, na minha mais etérea vontade.
Vendo o desejo precário, na impossibilidade.
De uma infeliz coincidência, numa mal-formação
Renegada, perdida, esquecida.
Deixada sempre para o dia seguinte.
Aquele que nunca veio.
fantasmas, destruindo fugas no subconsciente.
Na
dimensão da minha saciedade. 

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