quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

De nada mais eu sei















Queria-o só para mim sem qualquer parede sequer, de forma a que eu me evadisse totalmente sem as barreiras usuais da comunicação. Essas que me limitam e me transportam para aquela dimensão da incompreensão.Mas era algo mais.
Aqui havia algo que realmente ultrapassava tudo.Havia o cansaço, havia o fatalmente.Quando tudo é fatal, em qualquer momento da nossa vida, eu apenas naquele instante mantenho-me na minha posição que não avança nem recua.E depois? O que mudou? Mudou muito. De facto mudou imenso. Nem eu sei creio eu. Mas sim. O que eu queriamesmo era que este desgaste,este resíduos em você, penetrasse na minha pele e erradicasse por todos os poros,por todas as veias e me transplantasse para um terreno de sensações desconhecida. Olho em redor não identifico nada que me transmita aquilo que quero ver porque, de facto, não querover nada. Porque o nada, o vácuo que afinal nem existe e só nos estilhaça, clama pela nossa insanidade .
Qual espaço, qual divisória, aqui nada nos separa. É estranho. Acaba por ser uma falta de palavras. Eu não sei comunicar pela linguagem, nem pelos intermédios que brotam da minha imaginação por mais que procure não encontro, dentro de mim.
E aí dentro de mim, situa-se a encruzilhada que me consome o espirito
e me engradece a existência. Dentro de mim saltam as necessidades primárias.
O desejo mais visceral de me relacionar com aquele snobismo material
que teme a presença de mim neste ponto onde nada se intersecta e tudo se sobrepõe.
Sabe, sabe fundamentalmente bem a àgua e a luz ténue que ilumina meu corpo,
na minha perna, no meu tornozelo, no meu peito. Agride puerilmente esse desdobrar consecutivo de imagens invertidas onde meras ideias se ligam a meros esforços alheios, onde afinal custa interiorizar mas não custa perceber, e nesse ponto,
esse que desconheço assenta essa procura, essa força meio mal direccionada
que decididamente desprezo. O que resulta dessa decisão?

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