sábado, 27 de fevereiro de 2010

Tudo continua


Quero ver a realidade para além dos dias frios,
nebulosos, um espaço só meu, que nunca antes imaginado.
A pureza dos sonhos. A beleza no olhar de alguém.
Os campos a perder de vista em minha visão.
As revoadas dos pássaros fazendo festa
em cada manhã renascida, apos noite e noites de solidão.
O respirar. O ar puro. Fragrância. Cheiro de flores do campo.
Mais além, as águas mansas da vida.
Talvez se fechar os olhos, seja levada pela correnteza,
lá bem para as profundesa da imensidão.
Nos confins inerte da existência.
Sem ar respiro bem fundo, inspiro, volto à realidade.
E o tempo abrande para viver sem respirar o segundo a seguir.
O tempo para. Os minutos ultrapassar-me o passo.
A vida a fugir-me à resistir-me.
E quanto mais corro mais me tudo desaparece.
Sou uma prisioneira nas mãos do destino. Sim...Presa.
Prendem-me, tiram-me o tempo e eu.
E eu me perco. Tudo. Tudo passa.
Só eu paro no tempo. Tudo continua. Mudar.
Toda a gente tem tanto medo da mudança, de fazer algo.
É, de desfiar o mundo e fazer dele uma confundir de cores.
Falar. Gritar. Gritar. Fazer. Mudar. Seguir.
Sigo sem direção. Passos a passos incertos.
Nada sinto. Nada quero. Sonhos. Pesadelos. Realidade.
Cegueira incorpórea. Sim. Cego.
Todos estão cego espiritualmente. Cego e eu também.
Não sei por quanto tempo vou continuar respirando esse mesmo ar.
Não sei. Mas não quero parar de respirar agora. Não quero.

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